Prevenção do câncer de colo uterino nas indígenas Parakanã da Amazônia Brasileira / Cervical cancer screening among Oarakanã amerindians from Brasilian Amazon

Objetivo: analisar o rastreamento do Preventivo do Câncer do Colo Uterino (PCCU) na comunidade indígena Parakanã, na Amazônia brasileira. Método: descritos os resultados obtidos pela colpocitologia oncótica no período de 1991 até 2003, usando terminologia do Sistema Bethesda e a classificação adotada em 2000 pelo Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Citopatologia. Resultados: foram realizados 597 exames em 8 inquéritos nesse período. Houve boa aceitação do rastreamento periódico. A maioria apresentou vaginose bacteriana, havendo muitos casos de tricomoníase e candidíase e uma diminuição das alterações sugestivas de infecção pelo Papilomavírus humano (SHPV) e aumento de citologias anormais. Conclusão: As mulheres Parakanã apresentam alterações morfológicas e fatores de risco para o desenvolvimento do câncer cervical uterino.

Prevalência de parasitismo intestinal nas aldeias indígenas da tribo Tembé, Amazônia Oriental Brasileira / Prevalence of intestinal parasitism in Tembé tribe indian settlements, Brazilian Eastern Amazon

Para determinar a prevalência de enteroparasitismo nas aldeias Tembé, foi realizado um inquérito coproparasitológico em toda a populaçäo (93 índios), em dezembro de 1996. Os parasitos mais frequentes foram ancilostomídeos (29,0 por cento), Ascaris lumbricoides (34,4 por cento), Entamoeba histolytica (12, 9 por cento) e Giardia lamblia (4,3 por cento). As maiores prevalências de ancilostomídeos e A. lumbricoides foram observadas na aldeia Turé-Mariquita, enquanto que as de E. histolytica e G. lamblia na Acará-Mirim. Näo foi observada diferença significativa sob ponto de vista prático entre a média de idade dos índios parasitados e a dos näo parasitados. Sexo esteve relacionado apenas a frequência de ancilostomídeos, bem maior no sexo masculino. Desse modo, a prevalência de enteroparasitas ainda se encontra elevada para alguns agentes, sugerindo que as medidas de atençäo devem ser imediatamente incrementadas a fim de se obterem resultados mais positivos no combate ao enteroparasitismo

Hipertensäo arterial em índios adultos da tribo Tembé, nordeste do Estado do Pará / Hypertension in adult indians from Tembe tribe, north-east of Para state

O presente estudo foi realizado com a finalidade de avaliar a pressäo arterial (PA) de índios adultos da tribo Tembé e de verificar a correlaçäo da PA com a idade, índice de massa corporal (IMC) e com hábitos adquiridos através do contato com a sociedade envolvente. Foram observados 4(quatro) casos de hipertensäo arterial e a elevaçäo da PA com a idade. Houve correlaçäo positiva entre IMC e idade, assim como com níveis de pressäo arterial diastólica (PAD). De acordo com os resultados, observou-se 3(três) casos de obesidade (IMC3 30 kg/m²). O consumo de sal foi observado entre todos os integrantes da amostra, enquanto que o consumo de álcool e o tabagismo foi observado entre 13 e 17 índios, respectivamente. Näo houve associaçäo significativa entre ingestäo de bebida alcóolica com PA (p>0,05), da mesma forma em que näo se observou associaçäo entre fumo e PA. Portanto, a presença e HA e da elevaçäo da PA com a idade, diferente do que ocorre em outras comunidades indígenas que vivem isoladas, se devem, provavelmente, em funçäo das modificaçöes impostas ao estilo de vida destes índios por conta do processo de aculturaçäo

Parasitismo intestinal em uma aldeia indígena Parakanä, sudeste do Estado do Pará, Brasil / Intestinal parasitism in a Parakanä indigenous community in southwestern Pará State, Brazil

Visa estudar a ocorrência e os aspectos epidemiológicos do parasitismo intestinal na aldeia Paranatinga da tribo indígena Parakanä, Amazônia Oriental Brasileira. Foram realizados dois inquéritos coproparasitológicos, em abril de 1992 e em fevereiro de 1995. Os métodos utilizados na identificaçäo dos agentes parasitários foram os de Hoffman e exame direto, dois métodos simples, facilmente exeqüíveis em aldeias indígenas. Da amostra de 126 índios em abril de 1992 (populaçäo de 215 índios), 101 (80,2 por cento encontravam-se parasitados por pelo menos um enteroparasita. Ancilostomídeos foram encontrados em 33,3 por cento, A.lumbricoides, em 42,8 por cento, T.trichiura, em 0,8 por cento, e S. stercoralis, em 5,6 por cento. Em relaçäo aos protozoários, E.histolytica foi encontrada em 65,0 por cento e G.lamblia, em 46,8 por cento. No inquérito de fevereiro de 1995, apesar do aumento da prevalência total em comparaçäo com o de abril de 1992 (p=0,04), houve diminuiçäo das prevalências de ancilostomídeos, E. histolytica, G. lamblia, e ausência de S. stercoralis (p<0,05). A despeito das açöes de saúde e saneamento empreendidas nas aldeias Parakanä, a prevalência de enteroparasitas ainda se encontra elevada na aldeia Paranatinga, sugerindo que as medidas de atençäo primária e secundária devem ser imediatamente incrementadas.

Estado nutricional de ciranças indígenas de uma tribo da Amazônia Brasileira / Nutritional status of indian children from a Brazilian Amazon tribe

Os índios da tribo indígena Parakanä, de tronco lingüístico Tupi-guarani, habiatam o sudeste de Estado do Pará próximo à rodovia Transamazônica. Em setembro de 1996, com o objetivo de avaliar o estado nutricional de crianças menores de 10 anos, realizou-se a coleta de dados antropométricos (peso e altura) de suas aldeias. Para diagnóstico, foram utilizadas as classificaçöes nutricionais de Gomez, Waterlow e Scores-Z; com isso, säo trabalhados os três indicadores do estado nutricional (peso/idade, peso/altura, altura/idade), determinando a magnitude dos agravos nutricionais. Os resultados demonstraram, nas duas aldeias juntas e segundo a classificaçäo de Gomez, que a taxa de desnutriçäo de graus I, II e II totalizaram 55,3 por cento. Segundo a classificaçäo de Waterlow, 71,3 por cento estavam eutróficos; 2,1 por cento dos casos apresentavam desnutriçäo aguda; 25,2 por cento desnutriçäo pregressa e 1,1 por cento desnutriçäo crônica. Na classificaçäo por Scores-Z, observou-se uma taxa maior de indivíduos com desnutriçäo crônica em relaçäo a déficits inespecíficos e agudos...

Estabelecimento do perfil epidemiologico das populacoes da faixa de fronteira da Amazonia Legal: diretrizes gerais e estrategias de acao / Establishment of the epidemiological profile of the populations of the band of frontier of the Legal Amazonian: general directives and strategics of the actions

Foi apresentado o roteiro para coleta de dados secundarios empregado pelo NMT/UFPA no estabelecimento do perfil epidemiologico dos municipios de Vilhena/RO, Costa-Marques/RO, Guajara-Mirim/RO, Oiapoque/AP, Almeirim/PA, Obidos/PA e Oriximina/PA; discutiu-se o enquadramento destes estudos dentro de um modelo de intervencao local sobre questoes de saude, baseado no conceito de risco

Qualidade das informaçöes sobre mortalidade no Municipio de Manaus, Estado do Amazonas

Estudando-se os óbitos fetais e neonatais precoces ocorridos no município de Manaus, no período de janeiro a junho de 1982, detectou-se 7 possíveis fontes de dados sobre mortalidade, das quais 6 puderam ser usadas para estudo da qualidade das informaçöes a respeito do ítem "óbito fetal" (sim e näo) da declaraçäo de óbito. O estudo permitiu observar o frequente desrespeito às normas legais sobre o registro de óbitos, além de outros fatores que interferem na qualidade das informaçöes coletadas. Quanto à informaçäo a respeito de ser ou näo óbito fetal, foi possível evidenciar que as inconsistências existentes entre as várias fontes dificultam a exata quantificaçäo da referida mortalidade. Assim sendo, as informaçöes contidas nas segundas vias das declaraçöes, näo coincidem com as das primeiras vias alteradas pelos codificadores do Núcleo de Bioestatística da Secretaria de Saúde, nem com as anotaçöes feitas em livros de ocorrências e prontuários de hospitais e maternidades, livros de registros de cartórios, livros de registro do Serviço de Controle de Febre Amarela (SUCAM) e planilhas contendo os dados transmitidos à Divisäo Nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde